quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Lugar no mundo

Eu não sei se um pedaço de mim foi arrancado, ou se foram vários.
Não sei se as pernas que me parecem faltar, ou se os braços, ou se o coração.
As vezes temo que seja o espírito.
Meus amigos que foram embora junto com a maleta de roupas sujas que eu deixei, não sei se eu os tinha mesmo.
As coisas na sociedade são superfícies. São máscaras, são passageiras demais.
Amizades que se foram. Me vem à lembrança tão boa época.
É tão estranho como as pessoas trocam-se umas às outras. Muitas vezes a troca é necessária.
Mas é sempre meio ou muito doloroso. Depois passa.
Só que se tratando de amigos, é meio difícil passar. Principalmente se você os considerava mágicos.
E as vezes da vontade de apagar as coisas ruins que acontecem com a gente.
Era uma galera boa, mas pensavam tão diferente de mim... E de lá pra cá não encontrei muita gente que pensasse parecido. Será que eu fiz uma troca ruim?
Mas a troca não levava em conta os amigos, mas eles levaram em conta a minha troca. Ou nem notaram, ou perceberam mas nem eram tão meus amigos assim.
Porque essa intensidade incomoda as pessoas, e as vezes machuca quem sente.
A ferida  não sara porque os amigos de hoje não se parecem com os amigos de ontem...
Existe tanta gente, tanta possível amizade, porém não me parece assim tão óbvio, em evidência.
É, não me parece não...
Eu não sei quantos pedaços tive que arrancar para conseguir tirar um pequeno ponto. Não em número.
Mas sei em dor, e me parecem muitos.
Eu quero alguns pedaços de volta, reconstituir o que não era para ter saído junto com o que eu quis jogar fora.
Temo que eu ainda não tenha encontrado um lugar no mundo.

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